CESLAU MARIO BIEZANKO

(*Kielce, Polônia, 1895 / †Pelotas, RS, Brasil, 1986)

Ceslau Mario Biezanko (em polonês Czesław Mariusz Romanowicz Bieżanko) foi um imigrante polonês no Brasil nascido em 22 de setembro de 1895, em Kielce, no seio de uma família de intelectuais poloneses: Romão Eugenio Bieżanko e Sofia Maria Borzecki Stancaro. Seu pai era um nacionalista polonês, tendo participado do levante de 1863. Por parte de mãe, era descendente da família italiana Stancaro, residente na Polônia desde o século XVI. A vida acadêmica desse cientista foi longa e ampla, entre 1913 e 1923, flutuando em diferentes áreas das Ciências Naturais, como Agronomia, Matemática, Zoologia, Entomologia, Química, Botânica, entre outras, em diversos lugares como: Universidade de Varsóvia, na Escola Superior de Agricultura; na Universidade Jagellônica em Cracóvia; por último, esteve na Universidade de Poznan, cursando Química de 1920 a 1922, onde recebeu o grau de Engenheiro Agrônomo da Faculdade de Agro e Silvicultura em 15 de junho de 1923, quando apresentou tese sobre entomologia agrícola. Estudou mais quatro anos em Poznan na Faculdade de Filosofia, onde teve a orientação de seu tio e professor Michał Mutniański. Quanto à atuação profissional, exerceu o cargo de professor em diversas escolas entre os anos de 1916 e, depois, 1924 a 1926. Trabalhava em cursos de aperfeiçoamento para professores das escolas públicas e ministrou diversos outros cursos, em diferentes cidades. Foi assistente de química geral na Universidade de Poznan e nas férias estagiava em usinas. Trabalhou com a industrialização da beterraba açucareira e da batata, cereais e frutas. Em 1927 organizou e dirigiu cursos suplementares e de aperfeiçoamento para soldados e subtenentes e também exerceu o magistério na Escola Superior de Oficiais do Exército em Bydgoszcz, onde lecionou Química e Biologia, fato que lhe rendeu como condecoração a medalha de 10 anos da Independência da Polônia em 1928. Bieżanko, posteriormente, a trabalho como funcionário público, fez longa viagem pela Espanha, Itália, Alemanha e França, onde em 1928 conheceu a cantora lírica Joanna Dolrowolska, conhecida pelo nome artístico Lúcia Mantovani, com a qual Biezanko contraiu matrimônio e que o acompanhara até o Brasil, onde faleceria em 1968. No início dos anos 1930, o cientista imigrou para a América Latina, dedicando-se a recolher insetos em diferentes países. Em 1931, o entomólogo veio, através da Argentina (esteve junto aos poloneses em Misiones), para o Brasil, onde permaneceu por aproximadamente dois anos na colônia polonesa de Guarani das Missões, localizada no noroeste do Rio Grande do Sul. Como cientista, Ceslau Biezanko tinha ideias de modernização, de industrialização e de produção e processamento industrial de produtos agrícolas, em especial a soja. Contou, para isso, com o apoio do padre vicentino Jan Wróbel e de lideranças locais da colônia, muitos professores poloneses. As experiências com diferentes cultivos eram preocupações constantes de Bieżanko no Brasil, produzindo em diversos idiomas textos sobre o cultivo de soja, cebola, coentro, plantas ornamentais e medicinais, entre várias outras, nos quais destaca utilidades, métodos e, em especial, os insetos e moléstias que as atacam. Além disso, como professor, Biezanko exerceu forte influência no ramo educacional daquela colônia, trabalhando no desenvolvimento de escolas e instituições (como os círculos agrícolas, o caderno Rolnik do jornal Odrodzenie, o Centralny Towarzystwo Rolnicze e a Escola Agrícola) e dando aulas de diferentes disciplinas. Uma importante iniciativa foi a tentativa de produção de bichos da seda na colônia. Ele teria trazido para a região missioneira 2,5 kg de soja da variedade Laredo provindos do Jardim das Plantas Medicinais da Universidade Stefan Batory, de Vilnius, dados por seu amigo, professor Jan Muszynski, a fim de distribuir entre os camponeses de Guarani. Com isso, o agrônomo Biezanko é tido como introdutor da soja no estado do Rio Grande do Sul, tendo sido agraciado, em 1963, com a indicação para receber a homenagem da Ordem do Cruzeiro do Sul. O cientista polonês saiu de Guarani em 1934 e radicou-se em Pelotas, onde foi professor de Entomologia e Botânica na Escola de Agronomia Eliseu Maciel e na Faculdade de Farmácia, bem como na Universidade Federal de Pelotas. Durante sua estada no país, além de professor, foi um importante colecionador do campo da entomologia, principalmente lepidópteros. Parte da sua coleção está no Museu Carlos Ritter, da Universidade Federal de Pelotas. Ele faleceu naquela cidade em 28 de março de 1986. Teve mais de 300 trabalhos publicados em diferentes idiomas e países, além disso, filiou-se e recebeu inúmeros títulos de universidades e sociedades científicas ao redor do mundo, estabelecendo uma série de contatos acadêmicos. Foi homenageado de diferentes maneiras, incluindo um busto na praça central de Guarani das Missões. Sua contribuição na área da entomologia é muito reconhecida e suas coleções de insetos estão espalhadas por diferentes museus, como o Museu Nacional de História Natural de Paris, Museu Britânico de Londres, entre outros. Ceslau Mario Biezanko (em polonês Czesław Mariusz Romanowicz Bieżanko) foi um imigrante polonês no Brasil nascido em 22 de setembro de 1895, em Kielce, no seio de uma família de intelectuais poloneses: Romão Eugenio Bieżanko e Sofia Maria Borzecki Stancaro. Seu pai era um nacionalista polonês, tendo participado do levante de 1863. Por parte de mãe, era descendente da família italiana Stancaro, residente na Polônia desde o século XVI. A vida acadêmica desse cientista foi longa e ampla, entre 1913 e 1923, flutuando em diferentes áreas das Ciências Naturais, como Agronomia, Matemática, Zoologia, Entomologia, Química, Botânica, entre outras, em diversos lugares como: Universidade de Varsóvia, na Escola Superior de Agricultura; na Universidade Jagellônica em Cracóvia; por último, esteve na Universidade de Poznan, cursando Química de 1920 a 1922, onde recebeu o grau de Engenheiro Agrônomo da Faculdade de Agro e Silvicultura em 15 de junho de 1923, quando apresentou tese sobre entomologia agrícola. Estudou mais quatro anos em Poznan na Faculdade de Filosofia, onde teve a orientação de seu tio e professor Michał Mutniański. Quanto à atuação profissional, exerceu o cargo de professor em diversas escolas entre os anos de 1916 e, depois, 1924 a 1926. Trabalhava em cursos de aperfeiçoamento para professores das escolas públicas e ministrou diversos outros cursos, em diferentes cidades. Foi assistente de química geral na Universidade de Poznan e nas férias estagiava em usinas. Trabalhou com a industrialização da beterraba açucareira e da batata, cereais e frutas. Em 1927 organizou e dirigiu cursos suplementares e de aperfeiçoamento para soldados e subtenentes e também exerceu o magistério na Escola Superior de Oficiais do Exército em Bydgoszcz, onde lecionou Química e Biologia, fato que lhe rendeu como condecoração a medalha de 10 anos da Independência da Polônia em 1928. Bieżanko, posteriormente, a trabalho como funcionário público, fez longa viagem pela Espanha, Itália, Alemanha e França, onde em 1928 conheceu a cantora lírica Joanna Dolrowolska, conhecida pelo nome artístico Lúcia Mantovani, com a qual Biezanko contraiu matrimônio e que o acompanhara até o Brasil, onde faleceria em 1968. No início dos anos 1930, o cientista imigrou para a América Latina, dedicando-se a recolher insetos em diferentes países. Em 1931, o entomólogo veio, através da Argentina (esteve junto aos poloneses em Misiones), para o Brasil, onde permaneceu por aproximadamente dois anos na colônia polonesa de Guarani das Missões, localizada no noroeste do Rio Grande do Sul. Como cientista, Ceslau Biezanko tinha ideias de modernização, de industrialização e de produção e processamento industrial de produtos agrícolas, em especial a soja. Contou, para isso, com o apoio do padre vicentino Jan Wróbel e de lideranças locais da colônia, muitos professores poloneses. As experiências com diferentes cultivos eram preocupações constantes de Bieżanko no Brasil, produzindo em diversos idiomas textos sobre o cultivo de soja, cebola, coentro, plantas ornamentais e medicinais, entre várias outras, nos quais destaca utilidades, métodos e, em especial, os insetos e moléstias que as atacam. Além disso, como professor, Biezanko exerceu forte influência no ramo educacional daquela colônia, trabalhando no desenvolvimento de escolas e instituições (como os círculos agrícolas, o caderno Rolnik do jornal Odrodzenie, o Centralny Towarzystwo Rolnicze e a Escola Agrícola) e dando aulas de diferentes disciplinas. Uma importante iniciativa foi a tentativa de produção de bichos da seda na colônia. Ele teria trazido para a região missioneira 2,5 kg de soja da variedade Laredo provindos do Jardim das Plantas Medicinais da Universidade Stefan Batory, de Vilnius, dados por seu amigo, professor Jan Muszynski, a fim de distribuir entre os camponeses de Guarani. Com isso, o agrônomo Biezanko é tido como introdutor da soja no estado do Rio Grande do Sul, tendo sido agraciado, em 1963, com a indicação para receber a homenagem da Ordem do Cruzeiro do Sul. O cientista polonês saiu de Guarani em 1934 e radicou-se em Pelotas, onde foi professor de Entomologia e Botânica na Escola de Agronomia Eliseu Maciel e na Faculdade de Farmácia, bem como na Universidade Federal de Pelotas. Durante sua estada no país, além de professor, foi um importante colecionador do campo da entomologia, principalmente lepidópteros. Parte da sua coleção está no Museu Carlos Ritter, da Universidade Federal de Pelotas. Ele faleceu naquela cidade em 28 de março de 1986. Teve mais de 300 trabalhos publicados em diferentes idiomas e países, além disso, filiou-se e recebeu inúmeros títulos de universidades e sociedades científicas ao redor do mundo, estabelecendo uma série de contatos acadêmicos. Foi homenageado de diferentes maneiras, incluindo um busto na praça central de Guarani das Missões. Sua contribuição na área da entomologia é muito reconhecida e suas coleções de insetos estão espalhadas por diferentes museus, como o Museu Nacional de História Natural de Paris, Museu Britânico de Londres, entre outros.

(Autor: Rhuan Targino Zaleski Trindade)

Saiba mais em:  http://hdl.handle.net/10183/131728


Imagem do texto “Ceslau Mario Biezanko: entomólogo de fama mundial”, de Edmundo Gardolinski, 1965.
Capa do livro “Algumas noções sobre a soja”.